Umas das grandes mudanças que as empresas sofreram com o surgimento dessa pandemia em que estamos vivendo, é a adaptação dos seus colaboradores para o trabalho remoto.
O cenário atual ocasionou alterações nas rotinas das empresas que a grande maioria nem imaginava que poderia acontecer. A solução para o trabalho remoto pegou de surpresa milhares de profissionais que nunca tinham trabalhado no sistema “home office” e, empresas de todos os tamanhos e segmentos, que se viram obrigadas a afastarem seus colaboradores em função do isolamento social.
A adaptação das empresas e dos colaboradores

O mundo corporativo, em função do ocorrido, teve que passar por uma adaptação de forma drástica e praticamente instantânea. As empresas não tiverem tempo de treinar seus colaboradores para essa nova forma de trabalho, e muito menos elaborar estratégias para que os profissionais pudessem seguir um cronograma. Muitas corporações tiveram menos de uma semana para desmontar todo um sistema de rotinas diárias e adaptar os funcionários em suas casas.
Após, praticamente 4 meses, desde o início do processo de readequação, muitas das grandes empresas multinacionais têm contabilizado ótimos resultados com suas equipes em home office. De acordo com a pesquisa da ISE Business School, 80% dos gestores disseram gostar dessa nova maneira de trabalhar. Segundo Cesar Bullara, diretor e professor do departamento de gestão de pessoas do ISE, “mudanças que ocorreriam em cinco ou dez anos, já estão acontecendo, e essa nova realidade veio pra ficar”.
No Brasil, o trabalho remoto não era realidade para 55% das companhias. Das que adotaram o home office em função da pandemia, 65% são de controle familiares e de capital nacional, e os outros 35% são as multinacionais. Dentro desses dados, é importante ressaltar que as empresas de pequeno e médio porte, diferente das multinacionais, não estavam preparadas para um evento inesperado desses, o que acabou trazendo certos problemas, principalmente em termos de distribuição de equipamento e tecnologia. Um estudo de caso, destacou que 49% dos equipamentos utilizados no trabalho remoto no Brasil, são dos próprios profissionais.
Apesar de algumas dificuldades encontradas no início, tanto por parte das companhias quanto dos colaboradores, o novo formato de trabalho tem tido resultados positivos e aprovados por 60% dos entrevistados quando se trata de eficiência e produtividade. Segundo a especialista em Trabalho Remoto Amélia Caetano, os gestores devem focar principalmente no resultado das entregas e não na quantidade de horas trabalhadas. A flexibilidade de horários pode ter um resultado mais positivo do que o cumprimento da carga horário diária como era exigido nas rotinas dos escritórios.
Ainda é recente para se tirar conclusões finais, porém um estudo que vem sendo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que o número de empresas que pretendem adotar o sistema home office após a crise do novo coronavírus deve crescer 30%. Num primeiro momento seria por conta do distanciamento social, pois mesmo as atividades voltando ainda não é totalmente seguro sem a vacina, porém no futuro muitas empresas devem optar por alguns dias da semana em trabalho remoto até por questão de economia.
A conclusão é que essa “experiência forçada” trouxe uma nova realidade que deve mudar o mercado de trabalho como nós conhecemos. O que acontece é todo um processo de adaptação que ainda está em curso, e com certeza terá muitas melhorias conforme for sendo implementado. Mas é certo afirmar que essa crise conseguiu certamente antecipar em alguns anos ou até décadas, vários projetos empresariais que estavam em fase de teste, relacionados ao trabalho de forma remota.
