A humanidade carrega na sua bagagem inúmeros episódios que transformaram o mundo. Até o início de 2020, a nossa geração tinha conhecimento dessas situações apenas através dos livros, porém, esse ano nos trouxe uma triste realidade do que é viver e sobreviver a um evento desses que, com certeza, está alterando novamente o rumo da história.
Nossos antepassados viveram duas grandes guerras, e algumas epidemias de proporções catastróficas, entre elas a Varíola, que atormentou a humanidade durante cerca de 3 mil anos e só foi erradicada em 1980. Apesar de todo o sofrimento que essa doença trouxe, ela é a principal responsável pelo estudo e descoberta das vacinas, não somente a da Varíola, criada em meados do século VXIII, mas por todas que temos a disposição na atualidade.
Esse é um exemplo de uma das transformações positivas que podemos extrair desse tipo de acontecimento global.
A pandemia do Coronavírus vai ficar marcada principalmente pela aceleração tecnológica que trouxe para a nossa geração. Um mundo que precisou se digitalizar em dias para não quebrar a economia, e mesmo apesar dos danos, conseguiu realizar esse feito com maestria.
Muitas das pequenas empresas, principalmente as que não tiveram condições de acompanhar essa repentina mudança, infelizmente tiveram que fechar as portas. O Sebrae aponta que mais de 600 mil micro e pequenas empresas encerraram atividades no Brasil em 2020. E nos demais países a situação não foi diferente.
Especialistas preveem que nos próximos meses e anos haja uma batalha para tentar equiparar à economia que vivíamos antes, porém com tantas mudanças acontecendo, empresas e seus colaboradores terão que se readequar a uma nova realidade, a transformação digital.

A alternativa encontrada para que o mercado não sofresse em demasia com o confinamento das pessoas, foi o uso da internet na comunicação. O serviço de home office que antes acontecia de maneira esporádica mesmo nas grandes corporações, foi implantado e muito bem aceito por empresas de vários portes e segmentos, podendo inclusive se manter definitivo mesmo após o retorno as atividades normais. Empresas como o Magazine Luiza, por exemplo, já divulgaram que cerca de 1.500 colaboradores do setor de tecnologia não precisarão voltar ao escritório no fim da pandemia.
Algumas empresas optaram por migrar para o modelo híbrido, alternando dias de trabalho remoto com presencial. E outras, como a Foodtech, empresa no ramo alimentício, deu liberdade para seus 2.500 funcionários decidirem como querem trabalhar no pós-pandemia.
O serviço de delivery, assim como o comércio online bateram recordes históricos. Os números apontados pelo indicador macroeconômico SpendingPulse, da gigante norte-americana Mastercard, mostram que a média de crescimento do e-commerce no Brasil nos meses de agosto, setembro e outubro foi de 84,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o site Statista, 72% dos usuários de smartphone afirmaram usar aplicativos para pedir comida em 2020, contra os 47% de 2019, fazendo crescer em até 250% os serviços de delivery nos últimos 10 meses.
No setor da educação, o ensino EaD ainda tinha ressalvas por parte de algumas pessoas, porém, foi visto com um novo olhar durante esse período que em que se tornou necessário, e a tecnologia foi a grande responsável por essa mudança. Segundo o diretor de Educação a Distância do Centro Universitário Facens, Luciano Freire, o uso das novas tecnologias fez com que as aulas virtuais pudessem oferecer uma experiência tão próxima ou até melhor que a vivenciada no modelo presencial.
“Isto abriu para os alunos, e também aos professores, um universo repleto de novas possibilidades, no qual a interação com o colega e com o professor ocorre de forma diferente, mas é complementada por uma série de ferramentas que tornam a experiência mais rica, como no caso o uso de Simuladores Virtuais para discussão sobre casos práticos. Durante este processo de adaptação e experimentação, o aluno percebeu que o ensino na modalidade EaD pode ser muito interessante e eficaz”, diz Luciano.
Um mundo cada vez mais digital
Todos esses dados captados no decorrer dos meses de quarentena (ou uma tentativa de distanciamento social) mostraram que as pessoas estão se adaptando bem com o uso, cada vez mais frequente, de tecnologia durante as rotinas diárias. E todas as novidades relacionadas ao assunto estão sendo recebidas de modo mais receptível até mesmo por aqueles que tinham algum preconceito.
O que podemos tirar disso tudo é que certamente o legado que a Covid-19 deixará para a humanidade é uma evolução tecnológica gigante, e ainda em ascensão. Além de uma sociedade muito mais aberta às inovações e preparada para os novos conhecimentos, pois uma coisa podemos ter certeza, o mundo daqui pra frente será de constantes atualizações.
