O Brasil há décadas se destaca quando se trata do uso de internet. Estima-se que existam no país hoje 230 milhões de celulares ativos e o número de computadores, notebooks e tablets chegue a 180 milhões. Em 2020, essa soma teve um crescimento que colocou o país como um dos principais consumidores de internet do mundo.
Nos setores que já tinham demanda, como delivery de alimentos e compras em e-commerce, o consumo chegou a dobrar em alguns casos, e em serviços que tinham pouca opção online, a quantidade de acessos e buscas cresceu significativamente. Houve também inúmeros casos de atividades que ainda não ofereciam uma ferramenta digital, principalmente no setor público, e que a mesma foi criada para facilitar o acesso dos cidadãos aos seus direitos.
Segundo dados do Painel TIC Covid-19, 72% das pessoas com acesso à internet buscaram informações ou usaram serviços públicos online. A procura maior se destacou em INSS, FGTS, seguro-desemprego, auxílio emergencial e aposentadoria. Nestes setores o número de usuários passou de 8% em 2019, para 32% no mesmo período de 2020.
Atividades como a Telemedicina também se sobressaíram no aumento de adeptos, tantos nos serviços públicos quanto na rede privada, o aumento geral foi de 20%. Estima-se que até 2025, esse setor tenha uma taxa de crescimento anual de 19%, chegando as regiões mais inóspitas do país. 70% da população brasileira é dependente do SUS, e a ideia é que essa digitalização ofereça condições acessíveis e de qualidade aos usuários.
Voltando para a rede privada e empresarial, uma pesquisa feita pela Experian, dona da Serasa no Brasil, apontou uma ampliação de 60% a 71% em compras de produtos alimentícios pela internet (desde in natura até delivery de refeições prontas), de 2019 para 2020. O CEO do Ifood, Fabricio Blaisi, em uma palestra recente, divulgou que o número de pedidos aumentou de 26 milhões, para 39 milhões no espaçamento de um mês, entre março e abril do ano passado.
Ainda seguindo a pesquisa da Experian, o Brasil é o país com maior crescimento de compras online de produtos domésticos, e a expectativa dos brasileiros é que as compras online aumentem em até 53% esse ano. 71% dos entrevistados afirmaram que tem expectativa alta na qualidade das entregas online. Os consumidores também declararam mais confiança nos fornecedores dos serviços de streaming (tecnologia de transmissão de conteúdo digital), como Netflix, Amazon, Spotify, entre outros.
De modo geral, o consumo de serviços digitais não somente no Brasil, mas no mundo inteiro teve um crescimento gritante durante o período de isolamento social. E os adeptos, que continuam expandindo numericamente, têm se mostrado bem satisfeitos com esse novo modelo de aquisição de produtos, serviços e atendimentos. Em uma geração onde as pessoas parecem estar sempre com pressa ou atrasadas, a digitalização trás praticidade e economia de tempo e dinheiro.
A transformação digital pode ser considerada a nova revolução industrial. É uma transição do físico para o virtual que veio para ficar e transmutar costumes e culturas. O que está sendo chamado de novo normal, nada mais é do que a aceleração tecnológica que a sociedade viveu nos últimos meses. Especialistas falam em 5 a 10 anos de aceleração, porém o mais importante é que essa é a realidade atual e irão sobreviver as empresas e o profissionais que se adaptarem a ela.
